sexta-feira, 30 de abril de 2010

Molinésias ( molly's )





Nome científico:

- Poecilia sphenops

- Poecilia latipinna

- Poecilia velifera


Nome Comum:
-Molinésia Negra; Molinésia Mexicana, molly (Poecilia shenops);

-Molinésia ; Molly; Molly barbatana-de-vela (Poecilia latipinna);

-Molinésia; Molly velifera (Poecilia velifera)


Ordem:
Cyprinodontiformes


Origem:
-Poecilia sphenops: América Central e parte da América do Sul, mais especificamente Venezuela, Colombia, Panamá e Sul do México
-Poecilia latipinna: Vírginia do Sul, Flórida, Texas, Carolina e México
Poecilia velifera: espécie originária do México

Habitat:

-Poecilia sphenops: No seu habitat natural estas mollys podem ser encontradas em rios, lagos e estuários, da Venezuela ao México, preferindo zonas litorais de baixas altitudes com temperaturas entre os 20 e os 25ºC. Apesar de serem frequentemente encontradas nestes ambientes, em determinados momentos podem também ser vistas no mar devido à sua elevada resistência à salinidade.
- Poecilia latipinna: São frequentemente encontradas em rios, sapais, estuários, pântanos e outros cursos de água com águas calmas do Sul da Carolina até ao México. Tal como as outras espécies, preferem zonas com uma vegetação mais densa e ricas em plantas flutuantes para se protegerem dos predadores.
-Poecilia velifera: Vivem em ambientes mais quentes do que as espécies acima mencionadas, habitam águas com temperaturas entre os 25º e os 28ºC no México.

Tamanho em adulto:
-Poecilia sphenops: é a mais pequena das três espécies, os machos rondam os 6cm e as fêmeas os 9cm.
-Poecilia latipinna: atingem cerca de 10cm, sendo as fêmeas maiores do que os machos.
-Poecilia velifera: apesar de no seu habitat natural poderem atingir os 18cm, em aquários geralmente não ultrapassam os 12cm.

Comportamento:
São peixes pacíficos (embora os machos possam ser um pouco agressivos) e activos. Passam grande parte do tempo a limpar as algas dos vidros e da decoração, devido à necessidade de componentes vegetais na sua alimentação.

Aquário: O tamanho do aquário vai depender essencialmente do tipo de molly e do tamanho que atingem na idade adulta. Tendo em conta que a maioria dos peixes comercializados são hibridos e que não atingem os mesmos tamanhos esperados no seu ambiente selvagem, aconselho um aquário de 40litros no mínimo para um trio destes magníficos peixes, contando também com espaço para alguns dos seus descendentes. É conveniente o aquário ter algumas plantas, principalmente se se pretender reproduzir esta espécie de forma a que os alevins se possam esconder. Também é importante ter uma iluminação razoável, ligada algumas horas por dia, de modo a facilitar a proliferação de algas pois estas são um importante suplemento vegetal para os peixes.

Água: pH: entre 7.0 e 8.0 (ideal de 7.2 a 7.4), dH: 10 a 20, Sal: aconselha-se a adição de uma colher de chá de sal por cada 15l de água no aquário (devem ter-se em conta as outras espécies de peixes presentes no aquário pois nem todas toleram esta adição de sal)

Temperatura: Apesar de suportarem outras temperaturas, é aconselhável mantê-los a temperaturas entre os 22ºC e os 27ºC. A temperatura irá acabar por influenciar as suas taxas metabólicas e quanto mais alta esta for (dentro de determinados limites) mais rapidamente os alevins se irão desenvolver e menor será o tempo de gestação das fêmeas, mas em consequência a longevidade do peixe também será afectada podendo este ter uma vida mais curta.

Alimentação: Tratam-se de peixes omnívoros, aceitam muito bem vários tipos de comida e é importante terem uma alimentação o mais variada possível. Para além de ração seca, podem lhes ser dados alimentos vivos e até mesmo papas caseiras. Algas e alimentos vegetais assumem um papel determinante na sua alimentação. Como os alimentos que estes peixes consomem são os mesmos que os guppies consomem, é aconselhável a leitura destes dois artigos referentes à alimentação (estão mais direccionados para os guppies, mas aplicam-se a muitas outras espécies) Alimentação dos Guppies e Tipos de Alimentos.

Dimorfismo Sexual:
A principal diferença o facto de a a barbatana anal do macho sofrer uma transformação, dando origem ao gonopódio, o seu órgão sexual, que é um pequeno espigão. Já as fêmeas possuem a sua barbatana anal triangular. Outra diferença, talvez menos visível é o facto de a barbatana dorsal do macho ser maior do que a das fêmeas. Para além disto, comparando machos e fêmeas da mesma idade, geralmente as fêmeas são maiores.

Reprodução: Apesar de serem encarados como peixes vivíparos, esta trata-se de uma espécie ovovivípara, os embriões desenvolvem-se dentro de ovos, no interior da progenitora sem que existam trocas de substâncias entre eles, passado o tempo de gestação os alevins nascem já completamente formados. Começando do início, é conveniente ter duas ou mais fêmeas por cada macho existente no aquário, uma vez que este estará constantemente a persegui-las e assim, ao dividir as atenções por várias fêmeas, não leva nenhuma à exaustão. O macho possui um gonopódio, o seu órgão sexual, que se movimenta em quase todas as direcções que permite a inserção de esperma na fêmea. Este esperma é utilizado para fertilizar os óvulos e o restante é armazenado nos ovidutos para ser posteriormente utilizado (por isso é que mesmo sem a presença de macho, as fêmeas podem engravidar até 7 ou 8 vezes apenas com o esperma armazenado). Os embriões vão desenvolver-se no interior da progenitora, alimentando-se das substâncias nutritivas presentes nos ovos durante cerca de 5 a 9 semanas, este período de tempo pode variar consoante as condições a que os peixes estejam expostos (a temperatura e a quantidade de oxigénio por exemplo). Passado este período de tempo a fêmea irá dar à luz entre 20 a 150 alevins (este número depende de vários factores, sendo a alimentação algo determinante assim como a maturidade da progenitora). Uma das dúvidas mais comuns é como saber se a fêmea está grávida, sendo a resposta sempre muito simples: a fêmea vai estar bem mais gorda e para além disso, dependendo também da cor do peixe, poderá ver-se uma macha escura na zona que se situa acima da barbatana anal. É conveniente ter um aquário com algumas plantas de forma a proporcionar esconderijos para os recém nascidos, pois os pais e os restantes habitantes do aquário, se tiverem oportunidade, vão instintivamente alimentarem-se deles. As melhores plantas para o efeito são aquelas que formam pequenos “arbustos” onde os alevins possam penetrar com facilidade e os outros habitantes não os detectem, as plantas flutuantes também são uma mais valia. Caso não existam refúgios para os pequenotes é recomendado o uso de um aquário maternidade ou até mesmo de uma maternidade de plástico (mas neste caso a fêmea apenas lá deve ser colocada quando o parto já estiver muito próximo). As três espécies apresentam algumas diferenças relativamente ao seu tempo de gestação e à quantidade de alevins a que dão origem. O tempo de gestação da P. sphenops varia entre as 5 e as 10 semanas e normalmente nascem entre 30 a 100 alevins, já a P. latipinna tem um período de gestação que pode durar entre 8 a 10 semanas, mas geralmente nascem menos alevins do que na espécie anterior, referindo-me à P. velifera esta pode dar à luz até 150 alevins passadas 7 a 9 semanas de gestação

Sociabilidade: Geralmente são peixes sociáveis e podem ser mantidos em aquários comunitários. Outros vivíparos como espadas e platis são bons parceiros para as mollys, não só pelo facto de viverem em águas com parâmetros idênticos mas também por coabitarem pacificamente no mesmo aquário

Espadas





Nome Científico:
Xiphophorus helleri

Nome Comum: Espada, Cauda de espada

Ordem: Cyprinodontiformes

Origem: São provenientes da América Central, mais especificamente do México, Honduras e Guatemala

Habitat: No seu ambiente natural, os espadas vivem nas áreas acima mencionadas, em rios ou riachos com uma vegetação densa e com correntes rápidas, podendo também serem encontrados em nascentes com águas mornas e em canais. Esta espécie também já foi introduzida noutros países, incluindo alguns do continente africano, o que acabou por causar alguns desastres ecológicos devido, essencialmente, ao elevado ritmo a que se reproduzem originando grandes números de descendentes.

Tamanho em adulto: Os machos atingem cerca de 10 cm e as fêmeas, sendo maiores que estes últimos, podem chegar aos 12cm em cativeiro.

Comportamento: Tratam-se de peixes pacíficos. É preferível ter alguns peixes desta espécie no aquário, embora não se tratem de peixes de cardume. Apesar de pertencerem a uma espécie pacífica, entre os machos que habitam o aquário irá existir uma determinada hierarquia.

Aquário: Tendo em conta o tamanho que atingem depois de completarem o seu crescimento e de estarem constantemente a reproduzirem-se, não é aconselhável um aquário com menos de 50 litros para um trio de espadas (obviamente, podem coabitar com outras espécies no aquário). Se se tiver como objectivo a reprodução deste peixe, é conveniente ter o aquário com algumas plantas que acabem por formar algumas zonas mais densamente plantadas onde os alevins se poderão esconder dos progenitores e dos restantes habitantes do aquário, outro tipo de plantas aconselhável para a criação destes refúgios são as plantas flutuantes. Embora o aquário possa ter alguns troncos, não convém abusar destes objectos decorativos pois podem tornar a água um pouco ácida e os caudas de espada preferem águas mais alcalinas. Apesar de apreciarem aquários com bastantes plantas, é necessário terem muito espaço para nadar.

Agua: Os espadas preferem águas ligeiramente alcalinas apesar de suportarem águas com parâmetros muito diferentes, pH: entre 7.0 e 8.0 (ideal de 7.2 a 7.4), dH: 10 a 20, Sal: aconselha-se a adição de uma colher de chá de sal por cada 15l de água no aquário (devem ter-se em conta as outras espécies de peixes presentes no aquário pois nem todas toleram esta adição de sal)

Temperatura: Apesar de suportarem outras temperaturas, é aconselhável mantê-los a temperaturas entre os 22ºC e os 27ºC. A temperatura irá acabar por influenciar as suas taxas metabólicas e quanto mais alta esta for (dentro de determinados limites) mais rapidamente os alevins se irão desenvolver e menor será o tempo de gestação das fêmeas, mas em consequência a longevidade do peixe também será afectada podendo este ter uma vida mais curta.

Alimentação: Tratam-se de peixes omnívoros, aceitam muito bem vários tipos de comida e é importante terem uma alimentação o mais variada possível. Para além de ração seca, podem lhes ser dados alimentos vivos e até mesmo papas caseiras. Algas e alimentos vegetais assumem um papel determinante na sua alimentação. Como os alimentos que estes peixes consomem são os mesmos que os guppies consomem, é aconselhável a leitura destes dois artigos referentes à alimentação (estão mais direccionados para os guppies, mas aplicam-se a muitas outras espécies) Alimentação dos Guppies e Tipos de Alimentos.

Dimorfismo Sexual: A diferença entre os machos e as fêmeas nesta espécie é muito evidente, as fêmeas possuem a barbatana anal triangular enquanto que os machos possuem um espigão nesse local, o chamado gonopódio. Outro aspecto que os diferencia é o facto de o macho, quando atinge determinada idade desenvolver um prolongamento na sua barbatana caudal, daí o facto de ser chamado "cauda de espada". Para além disto ainda há a referir o facto de os machos serem mais "magros" que as fêmeas.

Reprodução: Apesar de serem encarados como peixes vivíparos, esta trata-se de uma espécie ovovívipara, os embriões desenvolvem-se dentro de ovos, no interior da progenitora sem que existam trocas de substâncias entre eles, passado o tempo de gestação os alevins nascem já completamente formados. Começando do início, é conveniente ter duas ou mais fêmeas por cada macho existente no aquário, uma vez que este estará constantemente a persegui-las e assim, ao dividir as atenções por várias fêmeas, não leva nenhuma à exaustão. O macho possui um gonopódio, o seu órgão sexual, que se movimenta em quase todas as direcções que permite a inserção de esperma na fêmea. Este esperma é utilizado para fertilizar os óvulos e o restante é armazenado nos ovidutos para ser posteriormente utilizado (por isso é que mesmo sem a presença de macho, as fêmeas podem engravidar até 7 ou 8 vezes apenas com o esperma armazenado). Os embriões vão desenvolver-se no interior da progenitora, alimentando-se das substâncias nutritivas presentes nos ovos durante cerca de 30 a 40 dias, este período de tempo pode variar consoante as condições a que os peixes estejam expostos (a temperatura e a quantidade de oxigénio por exemplo). Passado este período de tempo a fêmea irá dar à luz entre 50 a 100 alevins (este número depende de vários factores, sendo a alimentação algo determinante). Uma das dúvidas mais comuns é como saber se a fêmea está grávida, sendo a resposta sempre muito simples: a fêmea vai estar bem mais gorda e para além disso, dependendo também da cor do peixe, poderá ver-se uma macha escura na zona que se situa acima da barbatana anal. É conveniente ter um aquário com algumas plantas de forma a proporcionar esconderijos para os recém nascidos, pois os pais e os restantes habitantes do aquário, se tiverem oportunidade, vão instintivamente alimentarem-se deles. As melhores plantas para o efeito são aquelas que formam pequenos "arbustos" onde os alevins possam penetrar com facilidade e os outros habitantes não os detectem, as plantas flutuantes também são uma mais valia. Caso não existam refúgios para os pequenotes é recomendado o uso de um aquário maternidade ou até mesmo de uma maternidade de plástico (mas neste caso a fêmea apenas lá deve ser colocada quando o parto já estiver muito próximo).

Sociabilidade: Tratam-se de peixes sociáveis que podem conviver com outras espécies, em aquários comunitários, gostando da presença de outros vivíparos tais como mollys, platis, guppies, etc.

Descrição: Os indivíduos selvagens desta espécie apresentam uma tonalidade esverdeada, mas devido aos cruzamento feitos em cativeiro, hoje em dia existem caudas de espada de várias cores, temos por exemplo, alaranjadas, vermelho sangue, negras, wagtail (barbatanas pretas), etc.. Quanto às barbanas também existem espadas cauda de lira, com a barbatana caudal mais comprida nas pontas, formando uma espécie de "lua" e também espadas véu, com a barbatana dorsal mais prolongada que o habitual. Tratam-se de peixes muito fáceis de identificar e também muito conhecidos devido à particularidade de os machos apresentarem um prolongamento da barbatana caudal em forma de espada.. São muitas as fontes que fazem referência à grande possibilidade de cruzamento entre espadas e platis, aconselhando assim que não se mantenham estas duas espécies no mesmo aquário de forma a evitar que surjam híbridos. Um dos mitos que se gera em relação a estes magníficos peixes diz respeito à sua possível mudança de sexo, há quem defenda que a partir de determinada idade os ovários das fêmeas deixam de funcionar e devido a uma falta de hormonas a fêmea pode transformar-se num macho fértil ( a barbatana anal dá origem ao gonopódio e a barbatana caudal acaba por ficar com a conhecida "espada"), outros defendem que esses peixes apenas se tratam de machos com um desenvolvimento mais tardio. Torna-se também importante referir que os espadas têm o hábito de saltar, podendo assim ocorrer alguns acidentes se os peixes acabarem por saltar para uma área fora do aquário. Recomenda-se então que, se o aquário não tiver tampa, não se encha o aquário até à sua capacidade máxima de forma a dificultar a saída dos peixes.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Doenças de Viviparos

ACIDOSE: pH 5,5 ou menor, causa eriçamento das escamas e nadadeiras fechadas, o peixe nada em círculos, depois começa a tremer e finalmente morre. Corrija o pH gradualmente,antes que isso aconteça.

ALCALOSE: pH 8 ou maior, principalmente em água mole, o bicarbonato de cálcio presente na água se transforma em carbonato de cálcio insolúvel que ataca as guelras enadadeiras, provocando seu desfiamento e tornando a pele opaca. Corrija o pH gradualmente, antes que o peixe morra.

ÂNUS AVERMELHADO, com saída de mucosidade ou catarro intestinal: o peixe apresenta falta de apetite, emagrecimento e saída de mucosidade (catarro) pelo ânus; é uma inflamação dos intestinos (enterite) causada por má alimentação, como alimentos secos de má qualidade, com excesso de gordura ou proteínas, excesso de alimentação com tubifex. Deixar o peixe afetado uma semana sem comer e reiniciar a alimentação de forma correta, veja aqui como proceder.

Argulose ou piolho d'água: é causada por um crustáceo parasita (Argulus Foliaceus) de 4 a 5 mm o macho e 7 mm a fêmea. O sintoma mais claro são manchas vermelhas na pele dos peixes, onde o crustáceo aplicou seu ferrão. Retirar o peixe e tocar o parasita com algodão com água salgada, também pode ser usado banhos com permanganato de potássio 1 g / 100 litros de água, durante 10 a 30 minutos, repetindo novamente uma semana depois. É necessário desinfetar o aquário antes de colocar os peixes novamente.

AVITAMINOSE E HIPOVITAMINOSES: são causadas pela falta total ou deficiência de vitaminas. Aparecem furos sobre os opérculos, guelras inflamadas, feridas avermelhadas pelo corpo, lábios feridos e em geral atacados por fungos. É causada por uma alimentação deficiente e pouco variada, utilize sempre os melhores alimentos e varie o cardápio, oferecendo também alimentos vivos. Administre um complexo vitamínico usado para pássaros, embebendo a comida em flocos nele ou então utilize artêmias previamente alimentadas com o produto. Veja na página sobre alimentação mais orientações.

BARRIGA INCHADA: pode ser sintoma de Ascite Infecciosa ou Hidropsia, hipertrofia (aumento) dos órgãos internos, gases, prisão de ventre, etc. Pode ser causada por uma alimentação deficiente e pouco variada, deixe o peixe afetado 1 dia ou 2 sem comer e reinicie a alimentação de forma correta, utilize sempre os melhores alimentos e varie o cardápio, oferecendo também alimentos vivos. Porém se for Ascite não há nada a fazer, pois ela não tem cura. Veja também Hidropsia, a seguir.

BRANQUITE (inflamação das brânquias): sintomas > brânquias inflamadas, indiferença geral, apatia, e às vezes manchas brancas sobre o corpo. Transfira o peixe para o aquário hospital e aumente a aeração, diminua a quantidade de alimentos vivos.

CATARATA VERMINÓTICA. É causada pela larva de um verme, o Hemistomum spathaceum, cujo adulto é parasita de pássaros aquáticos e cujos ovos saem com suas fezes, caindo na água onde eclodem e as larvas vão infestar o peixe. Não há transmissão de peixe a peixe, porque o verme precisa de uma ave como hospedeiro intermediário, para que se torne infestante. Tratamento: sulfamerazina-sódio, 1 g por litro de água 2 a 3 semanas; Fuadin, 5 ml para 100 litros de água; tártaro emético, 150 mg para 100 1 de água.

CHOQUE. É um acidente comum em peixes recém capturados ou quando são transferidos de aquários com diferentes temperaturas (choque térmico). Quando intenso, pode ser fatal. Sintomas: aceleração dos movimentos respiratórios, o peixe nada com as nadadeiras dobradas e se esconde pelos cantos ou tocas. Quando se assusta, foge apavorado. Tratamento: separar o peixe em outro aquário, deixá-lo bem quieto, dar-lhe um abrigo e iluminar o aquário, quando necessário.

COCCIDEOSE OU EIMERIOSE. É causada por um parasita, um coccídeo, a Eimeria cyprini. Sintomas: olho fundo, fezes amarelas e o doente nada de cabeça inclinada para baixo. Tratamento: banho rápido em solução de sal, 20 g para 5 litros de água.

COLORAÇÃO PRETA. Pode ser uma doença intestinal (quando a cor não é a normal do peixe). Quando a região que fica preta é a cauda, podemos suspeitar de uma Mylosomose, principalmente quando vem acompanhada dos sintomas dessa doença.

CONGESTÃO OU INFLAMAÇÃO DAS NADADEIRAS. Elas ficam congestionadas (vermelhas) devido à maior quantidade de sangue nelas existentes. Suas causas são, em geral, temperatura inadequada, esfriamento ou superalimentação. Tratamento: banhos de permanganato de potássio, 1 g para 100 litros de água ou de água salgada, 1 g de sal para 1 litro de água, durante 3 min.

CONSTIPAÇÃO OU PRISÃO DE VENTRE. Sintomas: perda de apetite, apatia, gases saindo do ânus, fezes duras e compridas como filamentos pendurados no peixe e por ele sendo arrastadas, quando nada; ventre aumentado, ficando ele com a barriga grande. Causas: defeitos de alimentação, principalmente quando dados alimentos secos e enquitréias. Alimentação variada e com alimentos vivos como minhocas, larvas de mosquitos etc, evita o seu aparecimento. Tratamento: dar óleo de rícino ou outro laxante especial vendido no comércio, como o agar-agar, sal de Epson etc. Podemos dá-los por via oral (boca), embebidos em alimentos secos ou sob a forma de clister, por via anal. Deixar o peixe jejuar alguns dias e depois dar-lhe os alimentos vivos já mencionados, exceto minhocas brancas, porque provocam constipação.

COSTÍASE. É produzido pelo Costia necatrix, flagelado de 15 a 20 micra, que só ataca quando o peixe tem queda de resistência. Localiza-se principalmente sobre as nadadeiras moles que ficam opacas ou turvas. Há entumescimento dos tecidos e hemorragias. O peixe passa a nadar aos balanços, e fica cada vez mais fraco. Não é comum em peixes tropicais. O parasita morre em 30 a 50 min quando fora do peixe, em água acima de 30° C. Quanto maior, mais resistente é o peixe, embora possa morrer, se não for tratado. Tratamento: uma boa alimentação e formalina, 0,85 a 2 ml de uma solução a 40% para 10 litros de água, banhos repetidos de 2 em 2 dias; sal comum, 10 a 15 g para 1 litro de água, banho de 15 a 30 min, de 2 em 2 dias até à cura, mas mudando o peixe de aquário; Tripaflavina, 1 g para 100 litros de água, banhos de 2 em 2 dias cura a doença em 10 dias; Hidrocloreto de quinino 1,3 a 1,6 para 51 de água em aquário sem planta e banho prolongado até à cura.

DACTILOGIROSE (FLUKES ). Produzida pelo Dactylogirus, verme parasita de 4 olhos e 2 trombas ligadas às glândulas que secretam um líquido irritante. Típico das guelras, é mais perigoso que o Gyrodactylus. O paciente boqueja, suas guelras aumentam, ficam pálidas, salientes e com as bordas engrossadas, forçando os opérculos a ficarem entreabertos. O parasita se fixa no peixe por meio de um disco especial e introduz sua tromba para sugar-lhe o sangue. Reproduz-se por ovos. No início da doença, podemos tentar o tratamento com azul de metileno, 2 mg por litro de água; 2 ml de formalina a 40% para 10 litros de água, banhos de 30 a 45 min, retirando o peixe, logo que apresente sinais de angústia. Usar aeração durante o tratamento. Após 3 dias, trocar metade da água e depois de mais 3 dias, trocar, também metade da água. Banho de sal comum, 10 a 15 g por litro de água, 20 min; ácido acético glacial, 1 parte para 500 partes de água, repetindo 3 dias depois; formaldeído, banhos de 5 a 10 min. Pouco comum nos aquários de peixes ornamentais. Quando a infestação é grande, pode haver destruição do tecido branquial e ruptura de vasos, com a morte por asfixia ou hemorragia.

DEFORMAÇÕES DOS MAXILARES. São provocadas, em geral, pelo Mylosoma cerebralis, como na milosomose.

DESCAMAÇÃO. Pode ser sintoma de tuberculose.

DIPLOSTOMÍASE. Produzida pelo verme Neodiplostomum cuticola, em sua forma larval e que fica enquistado, cercado por células pigmentares que dão, por fora, a impressão de pontos pretos. Quando os pontos são muito pequenos, são amarronzados. O quisto contém o verme que vive enrolado e com movimentos muito lentos. Para que infeste um peixe, é preciso que complete seu ciclo evolutivo: um pássaro aquático serve de hospedeiro para o parasita que se localiza no seu intestino. Ao defecar, lança os ovos do verme na água, onde eclodem e as larvas infestam caramujos, passando deles para os peixes. Quando o peixe é comido por uma ave aquática, recomeça o ciclo evolutivo. Para evitar a doença, basta não ter caramujos no aquário. Tratamento: ácido pícrico, 1 g para 1001 de água. Usar 2 a 7 ml para 1 litro de água, para banho de 1 hora. Caso o peixe apresente algum problema, retira-lo imediatamente do banho.

DOENÇA DO ALGODÃO; FUNGO BUCAL; MOFO DOS PEIXES; LIMO DOS PEIXES. Muito contagiosa, causada pela bactéria Flexibacter columnaris; ataca peixes marinhos e de água doce. Sintomas: formações, linhas ou manchas branco-azuladas em volta dos lábios dos peixes, os quais ficam inchados, as partes atacadas necrosadas e depois com as lesões com aspecto de maceradas; perda de apetite; os movimentos vão se tornando lentos, toda a parte frontal da cabeça é atacada e o peixe morre. O nome popular "mofo dos peixes" está errado, pois é uma doença por bactéria e não por fungo. O corpo do animal fica revestido por uma camada que parece limo. Tratamento: aureomicina ou terramicina, 50 mg para 5 litros de água, podendo curar em 48 horas; pincelar o local com mertiolato (tintura), pode curar a doença com uma só aplicação; 10.000 a 25.000 U.I. de penicilina por litro de água, repetindo a dose, se preciso, ou 50.000 U.I. curam em 4 a 5 dias; verde-brilhante (VERDE MALAQUITA) dissolvido em álcool etílico; Phenoxethol, sulfamidas, cloromicetina ou acromicina também curam. A mortalidade é de 100% para os peixes sem tratamento.

DOENÇA DO NEON OU PLISTOFOROSE. É produzida pelo Plistophora hyphessohryconis (esporozoário). Ataca principalmente os neons tetra e outros peixes como os paulistinhas, o espada, o engraçadinho etc. Sintomas: perda de apetite, nada sem parar, inclusive à noite; fica muito agoniado, nada em posição anormal (oblíqua); apresenta descoloração, como nos casos do neon tetra e do cardinal, nos quais começa como manchas que se estendem até atingir sua faixa fosforescente; fica separado do cardume; emagrece, ficando desbarrigado; há endurecimento e destruição dos tecidos. Ataca os rins. Não há tratamento especifico. Tentar banho em uma solução de 2,5 g de euflavina ou 2 g de azul de metileno para 100 litros de água, durante 15 dias. Pode ser tentado também o formaldeído. A cura é difícil.

DOENÇA DAS BORBULHAS. Causas: super aeração da água ou aumento da sua pressão gasosa sobre o peixe, fazendo com que os gases que seriam por ele eliminados, se acumulem debaixo da pele, podendo até matá-lo. Uma boa aeração ou a troca, mesmo que parcial, da água, resolvem o problema.

DOENÇA DOS NÓS. É um nome dado a várias doenças que apresentam os mesmos sintomas, mas causas diferentes. Sintomas: quistos ou nós na pele, confundidos, às vezes, com os do Ichthyophthirius ou com bolhas ou bolsas provocadas por processos ocorridos no interior dos músculos. Esse grupo de doenças é produzido por esporozoários, parasitas protozoários em forma de amebas, que se reproduzem enquistando no hospedeiro e produzindo centenas ou milhares de esporos de 4 a 20 micra. São encontrados nos órgãos dos peixes, mas raramente na pele, onde são confundidos com os do Ichthyophthirius, mas que não podem ser curados com azul de metileno ou quinino, como ele. Entre os desse grupo temos o Alburnus lucidus; Glugea anomala; Henneguya sp; Leucistus rutilus; Myxolobus dispor; M. exiguus e M. oviformis. Dificilmente atacam um aquário. Não há tratamento.

DOENÇA DOS PONTOS DAS NADADEIRAS DOS LABIRINTÍDEOS. É causada pelo Pseudomonas fluorescens. Sintomas: pontos corroídos, às vezes vermelhos cor de sangue na pele e pontos vermelhos claros na pele e nadadeiras. É em geral acompanhada por uma infestação por fungos. Essa bactéria vive livre, sendo uma das mais comuns em aquários. Nos labirintídeos não há o aparecimento de ulcerações ou tumores, como ocorre nas lampréias e enguias. Sintoma principal: presença de uma camada de pó brilhante sobre todo o corpo, nadadeiras, cauda e guelras, onde causa hemorragias e onde deixa seus filamentos. Começa provocando certa irritação e dificuldade respiratória, inclusive aceleração dos movimentos respiratórios. Perda de apetite, movimentos lentos, nadadeiras permanecem dobradas, vem a perda do equilíbrio e o peixe morre. Quando o parasita penetra no cérebro, há descoordenação de movimentos. Podem aparecer úlceras na pele, com cistos do parasita. São encontrados no coração, fígado, baço, rins, estômago, intestinos e órgãos reprodutores. Os cistos são como que grãos cinza esbranquiçados ou laranjas contendo o parasita e encontrados entre os tecidos, parecendo pedrinhas ou areia. Devem ser retirados com uma pinça. Essa doença pode se espalhar rapidamente. Em geral surgem doenças secundárias. Tratamento: sulfato de cobre, 1 g para 1 litro de água e colocar 1 ml dessa solução para cada 2 litro de água do aquário. Repetir a dose 48 horas depois, se não houver melhora acentuada. Antes da aplicação, isolar o doente em outro aquário. Acriflavina dá bons resultados. Elevar a água a 28° C facilita a saída dos parasitas para a água, onde são liquidados.

DOENÇAS DA BEXIGA NATATÓRIA. Sintomas: anormalidades no nadar, pois o peixe fica com a cabeça caída para baixo e para a frente, não consegue ficar nivelado e tem dificuldade para subir à tona, permanecendo às vezes no fundo ou então na superfície, de barriga para cima. Sua causa em geral é alimentar, devido a uma alimentação deficiente e não variada. Basta que seja corrigida a alimentação para os sintomas desaparecerem. Pode ter outras causas como uma paralisia da própria bexiga natatória, por mudança brusca ou acentuada da temperatura. Neste caso; baixamos o nível da água a no máximo 3 vezes a altura do peixe na sua posição normal, pois sendo obrigado a permanecer no fundo, deixa de absorver ar, aumentando suas probabilidades de cura, já bem grandes. Degeneração da bexiga natatória, sintoma de doença infecciosa como a ascite (pelo Ichthyophonus) são outras de suas causas. Os distúrbios do equilíbrio podem ter outras causas como produção de gases intestinais (mesmo tratamento que para a constipação). Não é mortal e o peixe pode viver muito tempo. Boa alimentação e controle da temperatura a evitam. Não há tratamento específico.

DOENÇAS DA PELE. A pele do peixe tem uma camada exterior, a epiderme, que secreta um muco viscoso cobrindo todo o corpo do peixe, como uma verdadeira película protetora contra bactérias, fungos etc e que aumenta muito quando a pele fica irritada por picadas, ferimentos etc. A sua diminuição pode ser sintoma de anormalidade. A derme, camada inferior da pele, é formada por feixes de tecidos bastante vascularizados. As escamas são nela fixadas por ligamentos e cobertas por células epiteliais. Quando alguma bactéria penetra no alvéolo onde se fixa a escama e provoca uma inflamação, há logo a produção de exudato (líquido) que causa uma pressão forçando o eriçamento das escamas. Sob a derme estão as células gordurosas, enquanto entre ela e a epiderme, ficam os cromatóforos ou células pigmentares que dão as cores aos peixes. Os peixes com saúde têm sua cor normal. Uma palidez ou descoloração podem significar alteração passageira, mimetismo, doença ou um choque, que ocorre em geral quando um peixe tropical, p. ex. é colocado em aquário com água fria ou sofre mudanças bruscas de temperatura.

EMAGRECIMENTO; OCTOMICOSE. Quando o peixe emagrece muito, não sendo por fome, podemos pensar em tuberculose e depois em octomicose, produzida por um flagelado que vive em seus órgãos internos, o Octomitus. Ataca os peixes vivíparos, o Cichlasoma, o Discus, o Heterandria, o Scalare etc. Usar tripaflavina ou calomelano na dose de 2 g para 1 k de alimentos, durante 4 dias.

ENVENENAMENTO OU INTOXICAÇÃO. Causas: ingestão de alimentos estragados, águas poluídas e outras de ordens química ou biológica. Não é doença mas pode ser mortal, se o peixe não for removido do aquário contaminado e colocado em outro com água limpa, nova e de boa qualidade (vêr intoxicações).

ESCAMAS ERIÇADAS. Pode ser em todo o corpo ou em apenas algumas partes. Quando é generalizada, encontramos pontos vermelhos ou equimoses pelo corpo e nadadeiras. As escamas podem ficar dilaceradas e até mesmo cair, se o peixe sofrer alguma fricção. Elas ficam eriçadas devido à pressão dos líquidos contidos nos tecidos, bastando fazermos uma pressão sobre uma escama, para que debaixo dela saia esse líquido. Podem ser sintoma de várias doenças como hidropsia pelo Vibrio piscium e muito contagiosa ou pelo Bacterium lepidorthosae (lepidortose). Sintomas: curso lento; levantamento das escamas 3 a 4 semanas depois da contaminação; movimentos lentos; respiração acelerada; cauda fica paralisada; doente fica só perto da superfície e morre em poucos dias. Quando a infecção é aguda, nem há eriçamento das escamas, mas as manchas na pele da barriga, sempre aparecem. Nos aquários, ocorre principalmente nos laberintídeos e com mais freqüência, nos betas e peixes paraiso. Embora contagiosa, não provoca epizootias. Não há tratamento eficaz e o doente deve ser sacrificado, o aquário bem desinfetado e trocada toda a água. Tratamento: tentar com tripaflavina, 1 ml para 201 de água, banhos de 24 a 48 horas. Desinfetar o aquário com permanganato de potássio a 2%.

EXOFTALMIA, OLHOS SALTADOS OU POP-EYE. Mais comum nos peixes de água salgada do que nos de água doce. Pode ser uma simples inflamação, podendo o peixe curar-se; uma hemorragia dos capilares, por pressão interna de gás; uma hidropsia etc. Em geral devemos sacrificar o doente. Pode ser conseqüência de tuberculose ou infecção pelo Pseudomonas punctatus, embora nem sempre ele seja encontrado nas lesões. Sintomas: 1 ou 2 olhos aumentados, parecendo que vão saltar das órbitas. Os escalares são muito sujeitos a ela. Tratamento: o mais simples é com o banho de sal durante 36 horas e depois aplicação de um colírio como o Argirol a 5 % . Não há tratamento específico. Baixar a temperatura da água diminui a pressão.

FERIDAS OU FERIMENTOS. Quando no olho ou na retina, podem ser causados por picadas de outros peixes, crustáceos, parasitas ou mesmo ulcerações. Nas feridas das nadadeiras, pele e brânquias, notamos a pele rosada. A cauda em geral é a mais atingida. Podem ser causadas também por crustáceos das guelras, piolhos ou doenças dos órgãos internos, como a ictiofonose, por ex. Quarentena: 3 a 8 dias, embora não haja contágio. Tratamento: 3 a 8 dias. Separar o doente e colocá-lo em água nova com permanganato de potássio a 2%, dar pouca alimentação ou pincelar o ferimento com tintura de iodo, mertiolato etc.

DESTRUIÇÃO TRAUMÁTICA DAS NADADEIRAS. É causada em geral por brigas, pontas de pedras ou manuseio inadequado. Nos betas há regeneração dos tecidos, enquanto que nos outros peixes, uma cicatrização. Tratamento: isolar o doente e coloca-lo em uma solução de azul de metileno a 5 % , na dose de 2 gotas para 5 litros de água, até à cura; 2 a 5 gotas de mercúrio cromo a 5 % para 5 litros de água do aquário, ou pincelar as lesões com mercúrio cromo a 2%.

FLUKES. Vêr girodactilose.

FUNGOS NOS OLHOS. É muito perigosa, porque eles podem penetrar no cérebro, com fatais conseqüências. O tratamento é diferente dos usados para as outras fungoses e, para isso, pegamos um cotonete com algodão na ponta, molhado com uma solução de nitrato de prata a 1 % e o aplicamos sobre o olho infestado. Fazemos depois um segundo toque, mas com uma solução a 1 % de bicromato de potássio, para evitar uma reinfestação e colocamos o doente em um banho de bicromato de potássio, 1 g para 30 litros de água, até à cura. Durante esse tempo, repetir o tratamento local.

FUNGOS. As feridas dos peixes são em geral atacadas por fungos, sob a forma de uma placa fina e macia sobre toda a região lesada. Pode ser fatal. Tratamento: aureomicina, 1 g para 100 litros de água.

FUNGO BUCAL. Vêr doença do algodão.

GIMNODACTILOSE. Muito contagiosa, produzida pelo Gymnodactylus apresenta como sintoma, o fato de o doente dar corridas súbitas e rápidas e paradas também bruscas. Tratamento: banho de ácido acético glacial, 1 parte para 500 partes de água, banho de 20 segundos, 2 dias seguidos ou formaldeído, 4 gotas em 1 litro de água, durante 5 min, bem como banho de permanganato de potássio, 3 g para 1 litro de água.

GIRODACTILOSE. Causa: Gyrodactylus, verme cego de 0,5 a 0,8 mm de comprimento, que tem uma ventosa na boca e um gancho na cauda, pelo qual se fixa no peixe. Este vai ficando cada vez mais pálido, a pele produz mais mucosidade e com manchas ou pontos hemorrágicos também nas nadadeiras. Mesmo quando as guelras não são afetadas, há respiração acelerada. O peixe fica triste, cansado, com os movimentos cada vez mais lentos, permanece na superfície e morre. A confirmação da doença, pode ser feita em laboratório. Tratamento: banhos de 30 min em formalina, 2 ml de solução a 40% para 10 litros de água, morrendo o parasita em menos de 20 minutos. Boa aeração durante o banho; azul de metileno a 5 % , uma gota por litro de água; 10 a 15 g de sal em 1 litro de água, banhos de 20 min. As más condições do aquário concorrem para o aparecimento da doença.

HIDRA DE ÁGUA DOCE. É um pequeno animal medindo 2 cm de comprimento, cujo corpo é formado por um verdadeiro saco com um orifício único, que serve de boca e anus e pelo qual entram os alimentos ingeridos e saem os excrementos. Sua multiplicação é muito rápida, infestando todo o aquário, com grande rapidez. Como ataca e come peixes pequenos, deve ser combatida. Para impedir sua entrada no aquário devemos examinar rigorosamente todas as plantas antes de serem nele colocadas, lavá-las com água corrente e depois mergulha-las em uma solução de permanganato de potássio ou azul de metileno. Os Trichogasters são grandes devoradores de Hidras.

HIDROPSIA. Causada pelo Aeromonas punctatus, comum nos ciprinideos, mas relativamente rara nos outros peixes de aquário, principalmente tropicais, muito resistentes a ela. A mortalidade dos doentes é de 30 a 40%. Produz deformações, úlceras, ascite (barriga d'água) etc. Na forma generalizada, os doentes ficam muito inchados (edemaciados) e, por isso, suas escamas ficam muito eriçadas, chegando a formar um ângulo de 90° em relação ao corpo ou então sob a forma localizada, com os mesmos sintomas, mas localizados apenas em algumas partes do corpo. Cura quase impossível. Tentar com injeções de cloromicetina, 0,1 mg para 10 g de peso vivo; streptomicina, 1 mg para 50 g de peso vivo, sulfamidas, Phenoxethol, 10 a 20 ml de uma solução a 1 % por litro, colocada aos poucos, por 24 horas. Período de incubação: 4 a 8 dias. Isolar o doente e desinfetar o aquário. Diagnóstico: pelos sintomas ou em laboratórios.

ÍCTIO, ICTIOFITIRIOSE OU PONTO BRANCO. É a mais temida pelos aquaristas, a mais comum e perigosa, liquidando todos os peixes, se não for combatida a tempo. A falta de luz concorre para que apareça, porque diminui a resistência dos peixes, pela queda do teor de oxigênio da água e diminuição de microrganismos que lhes servem de alimentos, bem como mudanças bruscas de temperatura. Sintomas: grande número de pontinhos brancos e redondos do tamanho da cabeça de alfinete (0,5 a 1 mm de diâmetro) no corpo e nadadeiras, ficando o peixe todo salpicado de branco; muita coceira causada pelos parasitas; o peixe se esfrega em tudo o que encontra, para se coçar (pedras, cama etc). Sintomas: movimentos diminuídos; fecham as nadadeiras; ficam parados e deitados no fundo. Pode apresentar uma placa que em poucos dias se desprende, vai ao fundo, se rompe e solta centenas de parasitas que vão infestar outros peixes. Quando o parasita está "maduro", os pontos brancos debaixo da pele ou nas guelras se rompem, soltando de 600 a 1.200 esporos que vão infestar outros peixes, morrendo na água, em 2 ou 3 dias, quando não os encontram. Na água são mais fáceis de serem combatidos. Diagnóstico: a olho nu, pela observação direta dos quistos. Quarentena: 2 a 4 semanas para peixes tropicais e 4 a 8 para os de água fria. O Ichthyophthirius multifilis, parasita unicelular que a produz, aparece ao microscópio como um núcleo escuro em forma de ferradura e com um movimento giratório característico, com o auxílio de seus cílios vibráteis, o que não ocorre com o Oodinium. A pele se irrita e reage, envolvendo o germe com uma camada celular (pele). Alimenta-se de sangue, causando uma anemia cada vez mais profunda e a morte. Quando ataca as guelras, o peixe morre por asfixia. Acontece que às vezes o parasita desaparece espontaneamente do aquário, mas reaparece quando um peixe novo é ai colocado, mesmo que esteja sadio. É doença essencialmente de peixes de água doce, morrendo o parasita em água salgada. Há um Ichthyophthirius de água salgada. Elevar a água a 30° C durante vários dias, trocando o peixe de aquário, é um meio de combater essa doença. Tratamento: água salgada; azul de metileno, 0,8 a 1 ml de solução a 1 % para 51 de água, repetindo o banho 1 ou 2 vezes; atebrina, 300 ml para 3001 de água (afeta a fertilidade), trocando a água após o tratamento; sulfato de cobre 0,8 a 1 ml para 1 litro de água, até à cura, trocando 3/4 da água e rigorosa limpeza do aquário, eliminando todas as algas; hidrocloreto de quinino (não mata as bactérias), 12,5 ml para 5 litros, trocando a água a cada 2 ou 3 dias; tripaflavina dá bons resultados. Os banhos devem ser dados a 16 ou 20° C para peixes de água fria e de 21 a 27° C ou mais, para os tropicais.

ICTIOFONOSE. Muito espalhada, de diagnótico difícil, é produzida pelo Ichthyophonus hoferi, parasita medindo 5 a 20 micra de diãmetro. Transmite-se por esporos, através de alimentos contaminados por esse germe que se desenvolve no estômago e intestinos, sendo eliminados pelas fezes. Alguns perfuram a parede do intestino e são levados pelo sangue para diversos órgãos como coração, fígado etc, onde ficam sob a forma de pequenos nódulos pardos ou pretos. Quando eles se rompem, os órgãos são atacados e o peixe morre. Ela só aparece quando o parasita é levado por alimentos, materiais ou peixes contaminados, mas as más condições da água facilitam sua difusão. Os peixes a transmitem uns aos outros através de feridas e abcessos ou pela ingestão de peixes mortos por ela. No estômago, o quisto se rompe, soltando as larvas infestantes. Sintomas: os primeiros são difíceis de serem identificados, são muito variados e podem ser perda de apetite; entorpecimento; olhos saltados, nadadeiras dobradas; peixe escondido a maior parte do tempo; vem instabilidade para nadar e movimentos estranhos; fica no fundo, com a barriga inchada e ou corpo todo inchado (edemaciado); pele e escamas ficam como que vidradas; o doente vira sobre o seu eixo e fica balançando; formam-se, às vezes, placas ou ulcerações na pele; emagrecimento; pele desbota; nadadeiras perdem pedaços; boca sempre aberta. O doente às vezes só morre após 6 meses. O peixe deve ser sacrificado, porque não há cura. Tratamento: tentar Phenoxethol, solução a 1 % , na dose de 10 % da solução para 1 litro de água do aquário. Para adultos, usar 30 ml por litro. O para-chlorophenoxethol é mais eficiente nas doses de 1 ml para 1 litro de água destilada, sendo usada 0,1 % desta, na solução em que adicionamos 50 ml por litro, mas aos poucos, durante 24 horas. Após 100 horas nessa solução, os parasitas, em todos os seus estágios, ficam completamente degenerados.

ICTIOZOOSE. Infecto-contagiosa por vírus, ataca os peixes de água doce e às vezes os marinhos. A mortalidade de doentes é acima de 90%. Como uma causa predisponente, temos o "stress" por temperatura, com água abaixo de 15° C. Sintomas: inflamação nas bases das nadadeiras, principalmente peitorais. O doente nada devagar e descontrolado, dando voltas e ficando à superfície da água e até com parte do corpo de fora. Fica também no fundo, virando de lado. Morre em poucas horas. Outro sintoma é que a boca e estômago ficam cheios de barro. Não há tratamento especifico, podendo ser usados antibióticos para combater invasões secundárias por bactérias ou fungos.

INFLAMAÇÃO DO ESTÔMAGO (GASTRITE). É provocada, em geral, por muito sal nos alimentos. Não ocorre quando são dados alimentos vivos. Sintoma principal: avermelhamento da mucosa estomacal. Tratamento: o mesmo que para a enterite.

INFLAMAÇÃO INTESTINAL (ENTERITE). Prende-se geralmente a problemas de alimentação, quando os peixes recebem somente alimentos secos ou vivos. Variar a alimentação evita esse distúrbio. Sintomas: não podem ser vistos externamente, exceto alguns gerais como perda de apetite, escurecimento da cor etc, mas que podem significar outras doenças. Na necrópsia, vemos os intestinos vermelhos, inflamados, veias bem visíveis e as paredes engrossadas, enquanto que os órgãos ficam aumentados, às vezes 1,5 vezes o seu tamanho. Pode aparecer um líquido sangüíneo nos intestinos, expelido quando fazemos pressão sobre a barriga do peixe. Fezes amarelas ou vermelhas, podem significar enterite. Tratamento: suspender a alimentação por 5 ou 6 dias e depois, aos poucos e devagar, dar ao doente outro tipo de alimentação, voltando à normal, bem variada, logo que não houver sangue nas fezes.

INTOXICAÇÕES POR METAIS. Objetos, pedras com traços de cobre, alumínio, zinco etc. em contacto com a água, produzem sais tóxicos para os peixes. Sintomas: olhos embaciados, dificuldade respiratória, inquietação ou excitação e depois o doente fica balançando na água e acaba morrendo deitado no fundo ou na superfície, mas sem nenhuma reação. O tratamento leva de 20 minutos a vários dias. Fazer testes de cobre, NO2 etc e verificar se não foi feita alguma pulverização, mesmo com "spray", perto do aquário. Trocar a água, manter o peixe em água de boa qualidade e uma boa aeração é o indicado, além de verificarmos a causa da intoxicação, para combatê-la.

INTOXICAÇÃO POR NITRITOS ( NH3 ). Superpopulação, água não estabilizada e excesso de alimentos são as suas causas. Sintomas: olhos embaciados; dificuldades respiratórias; doente inquieto, fica balançando na água e morre deitado no fundo ou na superfície, mas sem qualquer reação. Tratamento de 20 min a alguns dias. Trocar a água e manter o peixe em água nova bem estabilizada.

INTOXICAÇÃO POR SUBSTANCIAS QUÍMICAS como desinfetantes, detergentes, inseticidas, resíduos diversos, fumaças de cigarros e charutos etc. Sintomas e tratamento: os mesmos de intoxicação por nitritos.

LEPIDORTOSE. É infecto-contagiosa, produzida pelo Bacterium lepidorthosae, pelo Vibro anguillarum e outros, segundo alguns autores. Ataca peixes tropicais. Sintomas: perda de escamas por todo o corpo e mais no dorso; movimentos cada vez mais lentos; respiração acelerada e a cauda vai ficando paralisada. O doente fica na superfície, perde a noção de fuga e morre em mais de 80% dos casos, quando não há tratamento. Os peixes sadios são portadores e a transmissão é direta ou indireta, pela água contaminada. Dura 3 a 4 semanas. Tratamento: sulfanilamida, cloromicetina e phenoxethol. Retirar os doentes e mortos e desinfetar o aquário.

LIMO DOS PEIXES. Vêr doença do algodão.

LINFOCISTOSE. É contagiosa, produzida por um vírus de localização cutânea. Ataca a pele e nadadeiras, sendo em geral de evolução benigna. Ataca os peixes marinhos e alguns de água doce (macropodos). Em alguns desaparece em 6 ou 7 meses. A reação da pele produz crostas brancas semelhantes a placas em forma de 5 a 20 nódulos característicos, de cor creme, lisos ou rugosos, de 10 a 20 mm de diâmetro sobre as nadadeiras e as bordas dos opérculos branquiais e depois sobre todo o corpo. Em geral ocorre uma infecção bacteriana secundária, prejudicando ainda mais o paciente. É mais comum no verão e a quarentena só é indicada em caso positivo da doença. Os sadios podem ser portadores do vírus. Incubação: 40 a 50 dias e o tratamento deve ser feito por várias semanas, até à cura. A infecção secundária, quando aparece, pode ser controlada pelo ozônio ou raios ultravioleta. Aparar as nadadeiras afetadas, com uma tesoura bem afiada e pincelar as partes contaminadas e os locais dos cortes, com tintura de iodo, 1 parte para 3 de água. O peixe paraíso e outros são mais atacados. Separar os doentes e desinfetar o aquário. Não há tratamento específico.

MONOGENIA. Parasitária, ataca a pele e as guelras e pode ser mortal. Sintomas: coceiras nas zonas atacadas e respiração bem acelerada, além dos parasitas nas guelras, como manchas de talco. As formas larvárias vivem na água à espera de um hospedeiro, sendo fáceis de combater. Combate: colocar na água uma dose de sal, formalina ou um medicamento comercial de uso indicado, ou banhos de tripaflavina, 2 mg em 25 litros de água. Limpeza rigorosa e desinfecção com permanganato de potássio.

MILOSOMOSE. É incurável e produzida pelo parasita Mylosoma cerebralis, que infesta o peixe, nele se reproduzindo formando esporos. Quando morre, os esporos contaminam o fundo do aquário. Ataca pouco os peixes de aquário, sendo comuns nas criações de trutas: Sintomas: movimentos rotatórios, enegrecimento da cauda e depois deformações da coluna vertebral, da cabeça e maxilares.

NADADEIRAS DESFIADAS. Doença infecciosa por bactérias e em geral mortal. Sintomas: putrefação de todas as nadadeiras ou só da caudal. Nesses locais costumam aparecer pequenos pontos vermelhos bem visíveis. Os peixes mais pigmentados são os mais atacados, como os molinésias pretos. Quase sempre aparece uma doença secundária, em geral por fungos, sempre prontos a atacar as partes feridas. Há o tratamento cirúrgico, (quando a doença está muito avançada), com a extirpação das partes afetadas e necrosadas (mortas) e o terapêutico, quando ainda no início ou até certo ponto. Tratamento: 8 ml de solução de acriflavina para 5 litros de água, aplicada diretamente sobre as lesões, com um bastonete com algodão na ponta, embebido na solução. Repetir, quando a água for mudada; colocar o peixe em água fresca e limpa, por um dia, sendo recolocado na solução de acriflavina, durante 3 a 5 dias. Não sarando, usar o tratamento cirúrgico, sendo retiradas as partes afetadas e as vizinhas, para evitar que fique uma região contaminada. Aplicar, sobre os cortes, solução de bicromato de potássio a 1 % e colocar o paciente em água com 1 grama de bicromato de potássio para 30 litros de água. Podemos usar, também, 500 mg de aureomicina, cloromicetina ou terramicina para 70 litros de água ou 250 mg de aureomicina para 25 litros de água; cloromicetina, 25 a 40 mg para 5 litros de água durante 48 horas no máximo. O Phenoxethol é bom e não afeta a fertilidade dos peixes e dos ovos. Banhos de tripaflavina, 1 g para 1 litro de água, usando 10% dessa solução por litro de água do banho. Os antibióticos por via oral, em geral, dão melhores resultados.

NADADEIRAS ENCOLHIDAS OU DOBRADAS, quando o peixe se esfrega em tudo o que encontra, inclusive na cama, em geral está infestado pelo Ichthyophthirius e deve ser tratado (Vêr ictiofitiriose).

NÓDULOS SOBRE A PELE E AS NADADEIRAS, DOENÇA DO VELUDO OU PILULARIOSE. É produzida pelo Oodinium pilularis, sendo conhecida por "doença do veludo" porque, quando a infestação é muito grande, cobrindo uma grande extensão dá, à pele, o aspecto de um veludo cinza-pardacento. Aparecem nódulos sobre a pele e deslocamento de escamas. O peixe sente muita coceira, se esfrega em tudo o que encontra, para se coçar, emagrece e morre em 2 semanas ou um pouco mais. Raramente ataca os vivíparos, mas o faz com os Barbus, Colisas, Hiphessobrycon, Nannostomus, B. panchax, Platy, Poecilus, Aphyosemion, Rasbora, Tanichthys, Xiphophorus e mesmo os dourados. Tratamento: à base de cobre; banhos demorados de tripaflavina, elevação da temperatura a 30° C e escurecimento total do ambiente; tentar 2 gotas de azul de metileno a 5 % para 5 litros de água, durante 5 dias, com um intervalo de 3, trocar a água e repetir a dose. Retirar as plantas e todos os objetos do aquário.

OCLUSÃO INTESTINAL. É causada por alimentação defeituosa, sem variar, alimentos ainda congelados, com pouca fibra, não volumosos ou mesmo em excesso. O peixe perde o apetite, recusa alimentos e fica com a barriga inchada. Tratamento: o mesmo que para a constipação. Suspender a alimentação por 2 ou 3 dias e dar, para os herbívoros, um pouco de verde como algas, confrei, alface etc e, quando carnívoros ou omnívoros, alimentos vivos como minhocas, tenébrio etc. Nos casos mais graves, dar 1 ou 2 gotas de óleo de rícino, na boca.

OCTOMICOSE OU SECA. É a mais comum doença que, além da tuberculose, provoca um grande emagrecimento do peixe sendo, por isso, chamada de "seca". É produzida por um protozoário, o Octomicus, sendo de cura difícil, porque o parasita vive nos órgãos internos do peixe. O doente emagrece muito e sua barriga vai encolhendo, parecendo que ele está secando. Tratamento: tentar com tripaflavina, 2 g para 50 litros de água. OLHOS NO FUNDO. Pode ser fome, ascite infecciosa ou infestação pelo Trypanoplasma, que vive nos intestinos das sanguessugas e são por elas transmitidos, quando sugam os peixes.

OPÉRCULOS ABERTOS. Pode ser uma dactilogirose. As bordas das guelras ficam cinzas e engrossando, fazendo com que os opérculos permaneçam entreabertos. Não é muito comum nos aquários, mas pode aparecer em escalares, lebistes etc. Tratamento: banhos rápidos de 30 min em formalina a 3%, 20 25 cc em 100 litros de água ou em solução de sal (NaCl).

PAPILOMATOSE DOS PEIXES. Doença infecto-contagiosa do grupo dos tumores. Caracteriza-se por formações cutâneas (verrugas) como uma couve-flor, principalmente na boca (mandíbulas), embora apareçam também em qualquer parte, como costas, lados, barriga e cauda. Quando os tumores não o permitem, o peixe não come e morre em pouco tempo, magro e de inanição. Quando porém eles não o atrapalham este, apesar da doença, aparenta boa saúde, come e respira normalmente, mas também acaba morrendo caquético. O número de papilomas é, em geral, de 10, no máximo. O seu tamanho aumenta com o tempo, atingindo 6 cm. São brancos, passam a marrons ou castanhos claros e novamente a esbranquiçados. Não há tratamento e a mortalidade é de praticamente 100% dos doentes. Separar os doentes e desinfetar o aquário é o indicado.

PARASITAS INTERNOS. São em geral transmitidos por alimentos vivos. Ocorrem raramente em aquários com um bom manejo, porque os vermes necessitam de mais de um hospedeiro para completar o seu ciclo evolutivo e não os encontram. Quando ocorre uma infestação, é porque os ovos ou larvas infestantes foram introduzidos nos aquário por materiais, alimentos ou animais vivos, como tubifex, camarões, larvas de mosquitos etc. Como exemplos, temos o Cucullanus elegans transmitido pelo Cyclops e o Clinostomum complanatum, pelos caramujos. Este último forma quistos debaixo da pele e deve ser retirado com uma pinça, após uma incisão com bisturi, sendo o local desinfetado com mercúrio cromo. Outro verme é o Paramercis crassa, que vive nos órgãos internos do peixe, mas que provoca uma inchação generalizada na sua região dorsal. Tratamento: Phenoxyethanol, solução a 1 % , na dose de 10 ml por litro de água. Para adultos, 30 ml por litro. O tratamento só dá resultados, se os órgãos internos não estiverem muito danificadas.

PELE TURVA OU OPACA. Sintomas: apatia, enfraquecimento, perda de apetite, manchas esbranquiçadas por todo o corpo, avermelhamento e hemorragias. Esfrega-se contra tudo o que encontra e levanta as nadadeiras dobradas e com sangue; movimentos anormais, em forma de balanços. Suas causas são infestações por Trichodina, Costia e outros parasitas.

PETRIFICAÇÃO DOS OVÁRIOS. É em geral devido a uma desova não realizada, ficando a fêmea "cheia". Suas causas são desconhecidas. A paciente pode viver assim, com os ovários petrificados (duros como pedras), durante muito tempo. Sintomas: diferentes dos do quisto, pois os ovários não crescem tanto, são duros e, externamente, a barriga fica dura e não mole, como no caso dos quistos.

PODRIDÃO BACTERIANA OU NECROSE DAS NADADEIRAS. Como causas predisponentes, temos queda brusca de temperatura, água de má qualidade ou velha, que provocam um enfraquecimento do peixe. Produzida pelo Pseudomona punctata, ataca, não só molinésias, mas também os Barbus, Colisas, Tetras neon, Trichogaster leeri, alguns caracídeos do gen. Hemigrammus etc. Aparece como uma pequena turvação nas bordas das nadadeiras, lesão essa que vai aumentando, as nadadeiras apodrecendo e diminuindo de tamanho, ficando apenas alguns tocos. Aparar as nadadeiras desfiadas, com uma tesoura. Tratamento: tentar com 3.000 U.I. de penicilina para 1 litro de água, uma só vez; aureomicina, 10 ml para 1 litro de água e depois outro banho em solução de 5 g de sal comum para 1 litro de água, colocando mais água quando o peixe não resistir e tender a flutuar; 1 g de tripaflavina para 100 litros de água; 1 g de sulfonamida para 10 litros de água; 500 ml de terramicina para 20 litros de água; 10 gotas de azul de metileno a 5 % .

PROSTAÇÃO NERVOSA. Os peixes ficam tímidos, afastam‑se dos companheiros, deixam de comer e ficam no fundo. É causada por problemas da água. Completar sempre o nível da água, mas só com água fresca e de boa qualidade ou substituí-la total ou parcialmente, nas épocas adequadas, para evitar que se alterem sua qualidade e composição química, para não prejudicar os peixes. Manter a temperatura elevada, pois se trata de peixes tropicais. É aconselhável substituir 1 /3 da água.

QUILODONELOSE. É produzida pelo Chilodonella cyprini, um ciliado de 60 micra de comp. por 45 de largura e transmitida por contacto direto entre doente e sadio. Sintomas: opacidade brancaazulada e no dorso umas excrescências em forma de pedras, que depois se desprendem. O parasita ataca as guelras, ficando o peixe asfixiado. O doente se esfrega contra tudo, na tentativa de se livrar das coceiras. Tratamento: à base de banhos demorados de tripaflavina, 2 mg para 101 de água e a temperatura elevada a 28° C, morrendo os parasitas em 10 horas; banhos de sal comum, 1,5 a 2%, durante 15 a 20 min, repetindo de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias; Triparsamide, 1 g para 100 litros de água; Stilbamidine, 150 mg para 100 litros de água. Aparece com freqüência, mas não causa epizootias. Só ataca quando os peixes estão com as defesas diminuídas, atingindo mais os peixes dourados, os guppies e os Brachydanios, sendo o parasita encontrado na secreção da pele.

QUISTO OVARIANO. Suas causas não são bem conhecidas, ficando os ovários cheios de um líquido amarelado ou avermelhado. Devido ao aumento de volume, comprimem os órgãos vizinhos. Revelam sua presença, pelo aumento do volume do ventre, embora o aspecto seja diferente de quando a fêmea está "cheia" ou com ascite, pois no caso do cisto, ela não fica tão arredondada. Naturalmente a fêmea com quisto não desova.

SANGUESSUGA (Piscicola geometra). É muito prejudicial aos peixes porque os incomoda com suas mordidas e fica presa a eles, provocando traumatismos. Além disso, suga o seu sangue, causando-lhes anemias cada vez maiores, até que, enfraquecidos, morram por perda de sangue, uma verdadeira sangria contínua. Pode ainda transmitir-lhes parasitas do sangue como o Trypanoplasma e o Trypanosoma sp, que causam a doença do sono. Para evitar ferimentos, às vezes graves, não devemos arrancar as sanguessugas sem antes mergulhar o paciente intestado, du­rante 1 minuto, em uma solução de sal comum, pois o parasita fica atordoado e cai ou é retirado com facilidade, com uma pinça.

SAPROLENIOSE, MOFO DOS PEIXES OU DOENÇA DOS FUNGOS. Os fungos crescem na pele, nadadeiras, brânquias, boca, olhos etc, bem como nas desovas, caracterizando-se por finos filamentos que, quando se desenvolvem muito dão, às lesões, um aspecto de tufos de algodão. É produzida por fungos em geral dos gêneros Saprolegnia e Achlya e se propaga por esporos. Só atacam quando o peixe tem uma queda de resistência física, principalmente por ferimentos externos causados por brigas, arestas cortantes etc. Peixes sadios e fortes, praticamente não são atacados por eles. Tratamento: elevar a temperatura da água a 27 ou 28° C; pincelar as áreas atacadas, com tintura de iodo a 1%, mercúrio cromo a 1 % , azul de metileno a 5 % ou bicromato de potássio a 1%, este para peixes mais sensiveis. Não colocar esses remédios nas partes sadias. Usar banhos de 10 a 20 min de permanganato de potássio, 1 g para 100 litros de água; bicromato de potássio, 1 g para 35 litros de água, durante 7 a 10 dias no máximo, trocando a água depois do tratamento; sulfanilamida, 10 a 25 g para 1001 de água; 100.000 U.I. de penicilina em 100 1 de água, banhos de 5 a 7 min; aureomicina, 10 mg para 1 litro de água; verde malaquita, 60 mg/litro de água e colocar o peixe novamente no aquário. O fungo desaparece em 24 horas. Repetir o banho, se necessário. Prata coloidal, 0,1 ml/litro de água, banhos de 15 a 20 min, no máximo. Banho progressivo de sal é eficiente, mas pode apresentar problemas. Quando o fungo é no olho, tocar com algodão embebido em solução de nitrato de prata a 1 °io e depois com uma de bicromato de potássio a 1%. Phenoxethol dá bons resultados.

TREMORES OU "SHIMMY". São causados, em geral, por queda de temperatura. Tratamento: elevar a água a 29 ou 30° C. O peixe pode ficar com ligeiros tremores para o resto da vida.

TRIPANOPLASMOSE OU DOENÇA DO SONO. É causada pelos Trypanoplasma bancroft, T. carassi e T. chagesi, sendo transmitidos pelas sanguessugas ao picarem os peixes. Sintomas: anemia profunda, sonolência, olhos no fundo e emagrecimento, Suas guelras vão ficando muito pálidas devido à anemia. O doente pode ficar inclinado, com a cabeça apoiada no fundo, vai ficando cada vez mais fraco e morre.

TUBERCULOSE. É causada pela bactéria Mycobacterium cyprini, que ataca os peixes de água doce e os de água salgada, mas não ataca os animais de sangue quente e o homem. Atinge mais os peixes criados há muitos anos em aquário, como os betas, gupies, molinésias etc, mas só o faz quando há uma queda de resistência, mesmo que passageira. Sintomas: perda de apetite, cansaço, emagrecimento, lentidão de movimentos, palidez, lesões abertas na pele, olhos saltados, transtornos do equilíbrio e movimentos giratórios; manchas delimitadas de cor vermelha bem viva nas guelras; destruição de nadadeiras; perda de escamas; deformações das mandíbulas ou da coluna vertebral e, às vezes, externamente, alguns nódulos. É de evolução crônica e o doente deve ser sacrificado. O diagnóstico mais garantido é por exames de laboratório. Nos tetras, o aparecimento de 2 pontos amarelos claros no pedúnculo caudal, pode ser um sintoma de tuberculose. Não há tratamento.

TUMORES. São neoplasias (novas formações), por crescimento e proliferação anormais de células e de tecidos. Os benignos não se reproduzem. Os malignos, cujo crescimento é diferente, vão soltando raízes e invadindo os tecidos vizinhos. O pior, porém, é que eles se multiplicam a partir de um tumor primário, podendo se transmitir à distância, atingindo qualquer parte ou órgão do corpo. Também são chamados de câncer.

VELUDO OU ICTIO VELUDO. Parasitária e muito contagiosa, é causada pelo Oodinium limnecticum, cuja forma infestante é livre e mede 13 micra. Confundida com o íctio, seus sintomas são parecidos com os do Ichthyophthyrius, embora as manchas, em geral, sejam menores e mais amareladas, ficando o doente como se estivesse "empoado" com um pó amarelo. O Oodinium que aparece nas lesões, isolado, possui um núcleo arredondado e não tem mobilidade. Ataca principalmente ciprinídeos, laberintídeos e poecilídeos. O parasita se reproduz por divisão, dentro do quisto, originando 200 ou mais formas jovens. É mais perigosa para os novos do que para os adultos. Usar banhos a 24 ou 27° C, de azul de metileno a 1%, 3 a 5 ml para 5 litros de água, durante 3 dias ou tripaflavina, mas que afeta a reprodução, pela esterilização temporária dos reprodutores, causa mortes entre os jovens e baixa eclosão dos ovos. A escuridão combate o parasita, pois ele precisa de luz para a fotossíntese no processo de sua alimentação, e a falta de luz o prejudica e mata, se durar 8 a 10 dias. Usar acriflavina, mas no máximo 10 dias, para evitar problemas na reprodução. A água deve ir a 27° C. Sulfato de cobre é eficiente, mas perigoso.

VERMES ANCORA. O Lernaea cyprinacea e espécies correlatas são raros nos aquários. Crustáceo parecido com o Cyclops, mede 20 mm e possui um ferrão ou tromba. A fêmea penetra nos músculos dos peixes, enquanto que o macho é um parasita da sua própria fêmea. Deve ser tocado com um bastão embebido em permanganato de potássio a leio, para depois ser retirado com uma pinça. Desinfetar o ferimento com mercúrio cromo, 1:10. É melhor transferir os peixes para outro aquário, durante 3 a 4 semanas, para dar tempo de o parasita morrer na água, por falta de hospedeiro. Usar, também, solução de permanganato de potássio. Pode ser usado banho de 2 a 3 minutos com Difluordiphenyl trichloro methylmethane, 1 ml para 10 litros de água.

VERMES NOS OLHOS. São em geral parasitas dos gêneros Prolaria e Diplostoma, que se fixam sobre os olhos, provocando cegueira. Para se desenvolverem, necessitam de 3 hospedeiros intermediários: uma ave, que elimina os seus ovos, deixando‑os cair na água, um caramujo aquático que é por ele infestado e do qual saem as cercárias com cauda bifurcada, que infestam os peixes. Essas doenças não têm cura.

ZONAS OU MANCHAS VERMELHAS NA PELE. São em geral picadas de piolho ou de sanguessugas. O piolho das carpas, o Argulus, é bem grande, perfura a pele do peixe, com uma "tromba", e injeta nele uma substância urticante e tóxica que além de provocar uma lesão na pele, com uma região avermelhada, ainda pode matar o peixe. Tratamento: extrair o piolho com uma pinça, tocando-o, antes, com sal, para que ele se solte logo. Desinfetar o local.

VERMINOSES OU HELMINTOSES. São causadas por vermes, os maiores parasitas que atacam os peixes. Podem ser internos (endoparasitas) e externos (exoparasitas). Os aquários são pouco atacados por eles, porque necessitam de mais de um hospedeiro para completar o seu ciclo evolutivo, não os encontrando onde em geral só vivem os peixes. Encontramos os vermes adultos no trato digestivo do doente, enquanto que as larvas ficam na área visceral ou na carne. Podem ser mortais. Retiram-se dos peixes, nas épocas certas e, não encontrando seu próximo hospedeiro, acabam morrendo. Tratamento: banhos de sulfato de cobre ou de permanganato de potássio ou de água salgada, por alguns minutos, o que os combate na água e nas partes mais vulneráveis dos peixes, como as áreas externas das guelras e nadadeiras. No seu ambiente natural os peixes parecem tolerar os vermes, desde que não afetem, diretamente, nenhuma função vital.

Guppy


Nome comum: Guppy

Nome Científico: Poecilia reticulata

Família: Poecilídeos

Habitat: Brasil, Venezuela, Guiana, Barbados e Trinidade

pH: 7 - 7,5

Temperatura: 22º - 26º

Dureza: 14 dH

Tamanho Máximo: Machos 05 cm - Fêmeas: 08 cm

Sociabilidade: Tanque comunitário mas os peixes de maior beleza podem ser incomodados

Agressividade: Pacífico

Manutenção: Fácil

Zona do Aquário: Meio

Aquário Mínimo: 60L

Alimentação: Alimentos secos (flocos, granulado ou liofilizados), congelados (larvas, artémia).

Características:
o Guppy é facilmente reconhecido , a sua fama ultapassou a fronteira da aquariofilia, tendo-se baptizado um avião internacional de carga com o seu nome!
Estes peixes adptam-se muito bem e, devido ao seu apetite prodigioso que tem por larvas de mosquito , sao utilizados para controlo biologico dos mosquitos nas regiões tropicais;
Os machos são pequenos, têm cores brilhantes e barbatanas de grande beleza ornamental. As fêmeas têm um aspecto mais discreto e são maiores, mas recentemente, e por selecção genética, têm-se conseguido obter fêmeas com mais cores na barbatana caudal.
Existem muitas variedades obtidas por selecção genética e que são reconhecidas internacionalmente ;
O Guppy será mesmo um dos peixes mais populares nos aquários e são peixes resistentes e muito ágeis, nadam por toda a área do aquário.

Reprodução:
São muito fáceis de se reproduzir. É uma excelente espécie para os iniciados no hobby que querem logo observar nascimentos no aquário.